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POLACO OU POLONÊS (por Nazareno Angulski)

 

Tenho a clareza, que para nossa gente o que importa é o nível de consciência que temos sobre a contribuição que os "poloneses" ou "polacos" deram para o desenvolvimento da humanidade.

Posso afirmar que durante minha infância e adolescência, ouvia através de meus pais e avós, a mensagem orgulhosa e solitária sobre os feitos dos heróis da nação polonesa, principalmente de: Copérnico, Chopin, Pilsuski, Kosciusko, Paderewski, Sienkiewicz, Madame Curie e Rubinstein, que com coragem e perseverança mantiveram ao lado de seus compatriotas acessa a milenar cultura polonesa.

Os poloneses sedentos de paz, terra e liberdade, emigraram para várias partes do mundo. O Brasil foi um dos países que recebeu de braços abertos os "polanos", povos formadores da nação polonesa que passou a existir a partir do ano de 966.

Entretanto, quando milhares de famílias poloneses deixaram a Polônia em fins do século XIX em busca da terra prometida, não existia o Estado Polonês, somente a Nação, em razão da repressão imposta pelos invasores em seu território.

Ainda que ocupada e desmembrada, mostrou a Polônia extraordinária vitalidade em todos os domínios da Cultura e Civilização. Esta Polônia que trouxeram no coração, era a força e inspiração para novos tempos em terras novas.

A Polônia sempre foi motivo de orgulho para seus filhos e passou a incorporar o cotidiano de muitas famílias que viviam de certo modo isoladas e esquecidas em várias comunidades constituídas pelo Brasil Meridional (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).

Em que pese este ostracismo, nossos antepassados sonhavam alto porque conheciam a história da nação polonesa e consequentemente não se intimidavam contra os que apelidavam de "polacos sem bandeira".

Era visível a tenacidade e a firmeza transmitida de geração a geração, sobre a contribuição que os poloneses deram para o desenvolvimento da humanidade e principalmente para manter a sua cultura, seja no ensinamento da língua, do canto, da dança, da culinária e de outras formas de manifestações culturais, buscando preservar o "espírito de ser polaco".

Como é sabido o Estado Polonês renasceu quando no dia 11 de Novembro de 1918 a Polônia tornou-se um país independente, livre e soberano, fazendo com que a bandeira branca e vermelha voltasse a tremular nos pavilhões do mundo inteiro.

Importa destacar que poucos saberiam sobre a Polônia se o Polonês Karol Wojtyla, o Papa João Paulo II, não tivesse envergado a mitra papal e viajado pelo mundo com seu carisma. Este fato reacendeu a auto-estima dos poloneses no munto inteiro e dos que vivem em solo brasileiro.

É inegável que os descendentes de poloneses radicados no Brasil e em vários países, jamais esmoreceram, assim como seus compatriotas que reconstruíram das cinzas cidades medievais, preservando assim a nação e a cultura polonesa, ao som de sonatas, polonaises e mazurkas, compostas pelo inigualável compositor Fréderic Chopin, ou ainda da contribuição visionária para a ciência do astrônomo Nicolau Copérnico e dos ideais de liberdade do Sindicato Solidariedade (Solidarność) conduzido pelo valente operário Lech Wałęsa (Wa-uen-sa).

Acredito que o que importa é saber de onde viemos, o que fizemos e o que somos capazes de fazer para o bem comum da humanidade... e socializar para a nossa gente e consequentemente para a sociedade onde nascemos, vivemos e constituímos nossa família.

 

Nazareno Angulski

Pesquisador da Temática Polonesa em Santa Catarina

Florianópolis SC

Fones: 48-3225-3829 ou 48-9995-1477 - Email: nazaski@gmail.com

 

Veja também:  polako-ou-polones  

 

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