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RODAKOWSKI em SANTA CATARINA?

 

É isso mesmo!

 

Muito antes da história dos RODAKOWSKIs no Paraná, descobrimos que havia Rodakowski na Região de Florianópolis, lá nos anos de 1860.  A descoberta nos causou estranheza, já que nunca tínhamos ouvido falar de outros imigrantes além dos que conhecemos no Paraná.

 

O mérito é de um pesquisador da UFSC, o Prof. Toni Vidal Jochem, Doutor em História, que fez um levantamento das Colônias de Imigrantes Alemães na Região da Grande Florianópolis, especificamente nos atuais municípios de Águas Mornas, Santo Amaro da Imperatriz e São Bonifácio.

 

Podemos encontrar no seu livro ”A Formação da Colônia Alemã de Teresópolis”, no anexo 6, a Relação de Batismos realizados na Paróquia de Teresópolis no período de 1862 a 1876, onde constam os sobrenomes RODAKOWSKI e RODAKOWSKA.  Esta relação abrange as localidades de Teresópolis (Queçaba/Quessaba), Vargem Grande, Santa Isabel, Rio Cedro, Rio São Miguel, Rio Cubatão, Rio Capivari, Rio Salto, Poço Fundo, Morro Chato, Rio Taquaras, Santa Brígida e Rio Novo.

 

Especificamente sobre a Colônia Teresópolis, a história nos diz que foi fundada em 03-jun-1860, com 91 imigrantes provenientes do Porto de Antuérpia, que vieram a bordo do navio belga Meuse. Eram colonos católicos e luteranos das regiões de Renânia e Westphalia.

 

Naquela época o Presidente da Província de Santa Catarina, Francisco Carlos de Araújo Brusque, foi incumbido de abrigar cerca de 40 famílias de imigrantes alemães no local escolhido próximo à estrada de Lages, na confluência entre os Rios Cubatão e Rio Cedro e seus afluentes: Rio Cedro, Rio São Miguel, Rio Novo, Rio Salto, Rio Capivari e Rio das Antas.

 

A sede da colônia foi implantada às margens do Rio Cubatão, numa pequena várzea circundada por montanhas. Veja no final do artigo as fotos (2010) mostrando a atual comunidade.

Para administrar a colônia foi nomeado pelo presidente da província um ex-oficial austríaco chamado THEODOR TODESCHINI, no mês de julho/1860.

 

No decorrer dos anos muitos imigrantes vieram de outras regiões, como Rio de Janeiro e Minas Gerais, onde trabalhavam como escravos brancos nas fazendas de café, transferência esta em decorrência das críticas dos governos europeus.

 

Em dezembro de 1865 a Colônia Santa Isabel foi unificada à Colônia Teresópolis, cabendo ao Sr. Theoror Todeschini a administração de ambas, nesta época já com 1530 habitantes.

 

Apesar das dificuldades, das terras encravadas nas montanhas e solo pouco fértil, Theodor foi um bom administrador, lutando pelo bem estar da comunidade, reivindicando melhorias nas estradas de acesso à Desterro, escolas para os filhos dos agricultores, médico para atender a comunidade e a manutenção dos subsídios do governo central

 

No ano de 1869 Theodor Todeschini foi exonerado, o que muito desagradou aos imigrantes. A população perdeu um grande arrimo. Em 11-jun-1869 oficialmente a Colônia Teresópolis foi emancipada, cessando todo o apoio que tinha do governo.

 

Todos estes imigrantes eram alemães.  Mas então, como havia um Rodakowski no meio deles?

Sim, porque Theodor Todeschini era casado com Wilhelmine Rodakowska (Guilhermina).

Também moradores da localidade de Teresópolis, eles tiveram duas filhas de nomes Josephina Maria Todeschini, nascida em 07-fev-1862 e Adolphina Henriette Todeschini, nascida em 22-ago-1866.

Consta dos apontamentos do Prof. Toni Vidal Jochem que os avós paternos das pequenas eram Peter Paul Todeschini e Carolina Reichersdörfer e avós maternos Jan Rodakowski e Maria Ürmeny.

Possivelmente Wilhelmine Rodakowski faleceu no parto de Adolphina, ou logo em seguida, pois em 04-jul-1867 nasceu Alfred Eduard Todeschini, filho de Theodor Todeschini com Agnes Ramschütz (ou Ram Schütz). Agnes era filha de Julius Ramschütz e Herniette Hultz.

 

Constam ainda dos arquivos, os seguintes apontamentos de batismo:

- Theodor Hang, nascido em 12-jun-1862, onde foram padrinhos Theodor (*) Todeschini e Wilhelmine Todeschini (Rodakowska)

- Theodor Brüggemann, nascido em 10-maio-1865, sendo padrinhos Theodor Todeschini e Anna Beerlage.

- Theodor Schäpers, nascido em 28-ago-1865, sendo padrinhos Theodor Todeschini e Anna Brickmann.

- Agnes Schmitz, nascida em 17-maio-1867, sendo padrinhos Theodor Todeschini e Agnes (*) Baumschütz.

* Note-se (grifos) que os nomes coincidem, possivelmente pela afinidade que tinham. 

 

São poucas as informações sobre Theodor Todeschini disponíveis e muito menos sobre Wilhelmine Rodakowska. Quando a Colônia Teresópolis foi criada (1860) eles já moravam na região, mas não temos outras informações sobre sua origem, quer no Brasil, quer na Europa. Cita-se que Theodor era um ex-oficial austríaco, que certamente falava alemão e dominava bem a língua portuguesa e que pode ter vindo em migrações anteriores para o Rio de Janeiro ou Minas Gerais.

Os pais de Theodor - Peter Paul Todeschini e Carolina Reichersdörfer e os pais de Wilhelmine - Jan Rodakowski e Maria Ürmeny, citados na bibliografia possivelmente eram europeus e nunca estiveram no Brasil.

 

No Estado de Santa Catarina não temos contatos com descendentes de Todeschini e/ ou Rodakowski até o momento e possivelmente as pessoas com sobrenome Todeschini, que moram próximas à Florianópolis, podem ser descendentes de Theodor Todeschini e Wilhelmine Rodakowska.

Outros, também Todeschini, podem ser descendentes de Alfred Eduard Todeschini, filho de Theodor Todeschini e Agnes Ramshütz.

 

Se você é um Todeschini, Rodakowski ou Ramschütz, entre em contato conosco

 

Colônia Teresópolis - Vista da região em julho/2010 – COMO CHEGAR

- Estando em Florianópolis, pegue a BR-101, sentido sul, até a cidade de Palhoça (aprox. 20 km).

- Depois à direita, siga pela BR-282, sentido Lages, até o km 42 - entrada para São Bonifácio.

- Já na SC-431, a Colônia Teresópolis fica a aprox. 6-7 km do trevo da BR-282.

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Fonte:

Os dados foram fornecidos pelo Prof. Toni Vidal Jochem e demais citações constantes do livro “A Formação da COLÔNIA ALEMÃ TERESÓPOLIS”, de sua autoria.   Adquira o livro através do email  tonijochem@gmail.com ou pelo site  www.jochem.cjb.net